sábado, 30 de maio de 2009

To be, or not to be: that isn't the question

Bons tempos em que o problema era ser ou não ser (ou só era pra Shakespeare?).

Talvez seja "ter ou ser", mas fico pensando que antes houvesse esse questionamento entre as pessoas. O que mais eu vejo por aí na verdade é "ter ou não ter".
Consumismo desenfreado, de gente que não liga pra si mesmo, pro mundo, pra sociedade ou pra suas próprias origens.

Não duvido da racionalidade (capacidade de pensar) das pessoas, o que dúvido, e com razão, é da razoabilidade (o bom uso da razão) delas.

Basta olhar as ruas, entupidas de carrões. O cidadão trabalha anos pra quê? Pra mostrar que ta bem de vida e comprar uma casa maior, um carro maior e ter uma aposentadoria mais gorda que a do vizinho. Nesse caminho não vê do que as pessoas são feitas, não ve que o universo é maior que seu próprio nariz. E nem que perdeu a vida toda pro sistema e que vai curtir o que da vida sem saúde (especialmente a mental). Muito menos que tanto faz um crossover v6 ou um carro 1.0, já que ele vai estar preso num congestionamento de qualquer forma.

Se ilude, diz que é pelo conforto. Dúvido que se sinta mais confortável em existir por ter mais do que alguém, visto que quando se for aquilo tudo não cabe com ele no caixão, que aliás é pago.

Isso me lembra uma letra do Lulu Santos: "O Retorno do Maia Intergalatico":

Querem saber se a raça humana sabe dar um passo para evoluir, ou se é pré-programada pra se destruir...

Prefiro a primeira, não duvido que saiba, mas a maioria, infelizmente, prefere a auto-destruição. Desejo-lhes insucesso no que se propõem

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